Guitarra elétrica: uma relação de amor e ódio.



Oi gente! Como estão? Espero que estejam e se cuidando. Vamos lá, o texto de hoje vem falar sobre uma relação de amor e ódio que vivi, uma relação que muitos estudantes de música e bons ouvintes podem se identificar.

Uma vez perguntei para a incrível professora Marisa Trench de Oliveira Fonterrada: 
O que devo oferecer aos meus alunos?
Em síntese, ela respondeu: apresente aos seus alunos o que a vida provavelmente poderá não apresentar por si só. Estas são palavras minhas, por isso não usei aspas, ela, certamente disse-me coisas muito mais profundas e com embasamento muito sólido, mas esta afirmação me causou um impacto tão grande, que lembrei da minha história com a guitarra elétrica.

Rapidamente: 
Certa vez, perto dos 12 anos, fui chamado para assistir a um ensaio de uma banda de rock. Tudo ali era novo para mim, a arquitetura, o vestuário, os equipamentos e os instrumentos. Tocaram uma música de Heavy Metal e sai de lá chocado, nunca mais esqueci dos dois quarteirões que andei até chegar em casa e do zumbido nos ouvidos.

Pronto, um bloqueio. Havia ali tantas oportunidades, tantas possibilidades de uma experiência muito rica e prazerosa, mas não foi. Levei anos até conseguir me aproximar novamente deste instrumento e desta estética. Voltando a resposta da professora Marisa, me faltava o rock, a guitarra, o som alto, a estética, o fruir desta arte.

Hoje acredito que, antes de ouvir o primeiro acorde de guitarra, estava tão cheio de dúvidas, tantas questões, queria saber tudo e isso me foi negado. Afinal eles estavam ali para ensaiar, não para dar aula. Os músicos não tem culpa nenhuma. Estudei em uma escola que não me permitiu viver estes saberes. 

Ao iniciar o estudo de um novo instrumento, conhecer uma cultura ou uma banda nova, é preciso que ela lhe seja apresentada ao sabor da curiosidade, da descoberta e do vivenciar a música.

Moral da história: Anos depois, conheci o trabalho e um pouco da história do John Mayer, do Lewie Allen e de outros que me fizeram simplesmente amar a arte que fazem. Mesmo instrumento, estética mais sutil, convenhamos, porém, me apaixonei. 

Obrigado por ler até o final.
Que este depoimento, sirva de reflexão para que possa repensar suas práticas pedagógicas. É comum irmos dar aula com a impressão: "Ai, nossa... hoje é o dia que tenho que dar aquele conteúdo....será terrível". 

Se temos este ponto de partida, certamente será terrível, mas apropriando-se deste conteúdo, apaixonando-se por ele, mesmo que seja um desafio difícil, certamente o aprendizado fluirá com mais leveza, dinamismo e significado.
Um momento prazeroso que fará toda a diferença no processo de ensino e aprendizagem, em sua vida e na vida de seu educando.

Bom trabalho.

Vamos ouvir juntos?
(Para ouvir apenas o solo, vá para 3min 45seg).


Dispensa apresentações:











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